A economia brasileira sofreu um baque de 9,73% em abril, ante março, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC). O tombo é inédito e, segundo economistas, reflete o período mais grave da crise econômica causada pelo novo coronavírus.
O IBC-Br funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e foi divulgado nesta quinta-feira (18/06) pelo Banco Central. O indicador já havia recuado 5,9% em março e aprofundou esse tombo em abril porque, como lembram os analistas, abril representa o primeiro mês completo das medidas de distanciamento social no Brasil.
Por conta disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também já havia apontado contrações recordes nos principais setores da economia brasileira: os serviços caíram 11,7% em abril; o comércio, -16,8%; e a indústria, -18,8%.
O baque de 9,73% também é, portanto, o maior da série histórica do IBC-Br, cujo recorde anterior havia sido registrado na greve dos caminhoneiros: -3,34%. Esse tombo, porém, é ainda maior quando se compara a atividade econômica de abril com a do mesmo mês do ano passado: -15,09%. No ano, o BC calcula que o IBC-Br acumula uma retração de 4,15% até abril. Nos 12 meses encerrados em abril, o recuo é de 0,52%.
O IBC-Br funciona como uma prévia do PIB e é uma das medidas utilizadas na definição da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, que na noite dessa quarta-feira (18/06) anunciou mais um corte na Selic. A taxa básica de juros foi reduzida de 3% para a nova mínima histórica de 2,25% ao ano para tentar estimular a retomada da economia brasileira no pós-pandemia.
O índice ainda corrobora a previsão dos economistas de que a economia brasileira pode sofrer uma contração de 10% no segundo trimestre deste ano em função da pandemia do novo coronavírus. O resultado oficial do PIB, contudo, é calculado pelo IBGE.
Fonte: Correio Brtaziliense, escrita por Marina Barbosa